Crie uma imagem sombria para representar essa letra de música: Fim – O Esforço de Permanecer Vivo
Versão musicada por IA, baseada no original de Dimitri Kozma – 24-04-2025
A cada manhã, a luta retorna,
silenciosa, crua, sem forma.
Um esforço ancestral, febril,
pra existir num mundo hostil.
Um peso bruto em cada gesto,
manter-se vivo — só isso, o resto...
As plantas murcham sem protesto,
e o sol renuncia ao manifesto.
A centelha interna se apagou,
a vontade em pó se transformou.
A alma, antes centelha acesa,
é só ruína, é só tristeza.
O esforço é vão, e não conduz
a nada além de mais uma cruz.
Saber que tudo perdeu valor,
que só restaram farelos e dor.
Há uma muralha, fria, imensa,
erguida em pedra de indiferença.
E ninguém vem — ninguém responde,
o mundo ecoa, mas não esconde.
Não há rostos — só desertos,
fantasmas distantes, sonhos incertos.
Fragmentos de uma cor antiga,
hoje, escombros, poeira, fadiga.
Levantar-se é uma sentença,
sabendo o que vem — a mesma ausência.
O dia repete seu véu sombrio,
num ritual de tédio e vazio.
A cabeça arde num tambor sem pauta,
buscando abrigo em fuga falsa.
O coração tropeça em si,
ameaça parar, mas não sorri.
Demasiado esforço pra tão pouco,
de que vale esse grito rouco?
Pra quê seguir? A quem provar?
Se o nada é quem vem sussurrar.
O silêncio responde com seu poço,
e o buraco, faminto, nos lança o fosso.
Ficar de pé custa tão caro —
e o preço é alto, é quase raro.
O ar é denso, quase não vem.
A comida? Um fardo também.
E tudo o que se almeja é o torpor,
um sopro breve que cale a dor.
Não há estrada, só areia e vento,
um chão que engole todo intento.
A alma pede paz sem voz,
o corpo? Suplica um fim atroz.
Mais um dia, exausto e vazio,
na rotina pesada do próprio frio.
Dormir é o triunfo: um lamento
por ter vencido mais um tormento.
Amanhã retorna o açoite,
mais uma volta no mesmo aço, à noite.
Até que os vermes façam festa,
e o esforço, enfim, se manifeste
pela ausência que resta, Image depicts a silhouetted figure in a field. The sun sets in the background casting a warm orange hue. The scene evokes feelings of loneliness and existential reflection. Composition embodies themes from a melancholic song